Os últimos dias da exposição Arte na França 1860-o realismo está sendo bem agitado no Margs. Só na quarta, cerca de quatro mil pessoas de todas as faixas etárias circularam por lá e ontem eu fui conferir a mostra, que tinha uma fila gigantesca do lado de fora do museu, dando volta na praça da Alfândega.
![tela_035a[1] O crepúsculo, de Van Gogh](https://anakleintartarotti.files.wordpress.com/2009/08/tela_035a11.jpg?w=510)
O crepúsculo, de Van Gogh
A exposição reune grandes nomes como Van Gogh, Picasso, Monet, Cezzane, Portinari, entre outros artistas. Ao total, são mais de cem obras, trazidas de Lisboa, Paris, Rio de Janeiro e São Paulo, além de obras de colecionadores nacionais e internacionais. O foco da exposição está no período em que o realismo se afirma na arte francesa e passa a influenciar o panorama da arte internacional.
Bom, adorei toda a exposição, mas as obras que mais me chamaram atenção foram o “Retrato da irmã”, de Alfred Courmes, 1921, “O café da manhã”, de Pierre Roy-1930, e “Retrato mulher” de Portinari. Obviamente os quadros de Picasso, Cezzane, Dali, Van Gogh, Monet e Portinari, como não poderia ser diferente, estavam rodeados de pessoas. São obras lindas e de raro acesso para nós, gaúchos. O famoso quadro “Rosa e azul “, de Renoir-1881 foi certamente um dos grandes destaques da mostra.
O mais interessante é o prazer que nós-eu-apreciadores de arte, conseguimos ter em visualizar esses quadros. Na correria do dia-a-dia, muitas vezes não nos damos conta de que, parar simplesmente para olhar uma boa obra de arte pode ser muito prazeiroso. Numa exposição, nós conhecemos a obra e a obra nos conhece. Estabelecer uma terceira margem, como propoz a última bienal do mercosul aqui de Porto Alegre, é romper fronteiras. Por isso não basta só olhar para um quadro. É preciso descobrir o que a obra te traz, te diz. Para isso, é necessário que voltemos o nosso olhar sem preconceito contra um estilo ou outro, favorecendo ou desmerecendo tal obra. Não basta apenas tentar entender o que o artista quiz retratar num quadro por exemplo, há de se ir mais além, descobrir essa terceira margem, essa nova perspectiva sobre uma obra.